quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

No céu também se ama...


Subo nas asas do falcão. O vento, quente e doce, beija-me o rosto, subtrai-me as memórias, ateia-me a vida.
Voando entre os azuis de um mar calmo e de um céu profundo, sinto o paladar do infinito. Descanso a razão no branco das nuvens que aqui e ali pincelam o céu, e aninho-me nos braços da paz.
Subo mais e mais… Estou a um passo do tecto do mundo…
Então… o falcão pousa no ponto mais alto do cosmos, e eu, em bicos de pés… desenho Amor no Céu.

Acordo… Era um sonho que havia despertado enquanto eu dormia…
O último sonho do ano…
O primeiro dos anos que me restam.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Inch Allah!


O pó do tempo cola-se-te ao corpo, tornando-se lama
Cimenta-te a vida, pregando-te ao chão.
E nem mais um passo te é possível,
Deixas de caminhar… Morre-te o que foste, o que és, e o que nunca serás…
Pereces… encardida, moribunda
Do pó que semeaste!
Cumpre-se a Lei do Eterno Retorno!

No lugar do outro...


A justiça nunca anda descalça…
Calça sempre os “sapatos” do outro!

Una...


Sou…

Duas metades do mesmo sentir,
Unidas pelo desejo de querer
O esquerdo e o direito…
Do mesmo lado!

...


Não escrevo tudo o que sinto...
Mas sinto, tudo o que escrevo!

Inevitável...


Há rosas caídas, nos jardins da memória…
Há memórias caídas, num roseiral...

Busca...


Hoje quero escrever, escrever, escrever, até que me doam os dedos ou até que apodreça esta mágoa em mim.
Calo-me, mas fala o olhar… E as palavras que a boca não diz, soltam-se em gotas do rio dos meus olhos.
Para onde quer que olhe, para onde quer que me vire, tudo desmorona… Como se o mundo fosse um castelo de cartas… e o dia de tempestade.
Tento conter-me, mas nem sempre consigo… e deixo neste meu canto a escrita que me desnuda, quando me despejo em palavras.
Abraço, porém, a minha rota, guiando-me pela bússola da Alma
Procurando o meu Norte...

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Em coma...


Um silêncio que não pedi paira no ar. Já não se ouve a melodia das vozes nem o buliço das máquinas. Assisto, também eu silenciosa, ao coma do que quase foi a minha casa.
Não quero que morra, mas não sou eu quem pode salvá-la… E se morrer, e quando morrer, procurem nos escombros e tentem salvar as gotas de suor, os risos, a alegria e a esperança que lá deixei…

Devolvam-me tudo, para que eu sinta que afinal…

Não foi em vão!

Desaprender!



Somaram-se os dias neste ano que agora finda. Vagarosamente, um após outro, escreveram-me a negro na pele.
Foi um ano em que aprendi pouco e desaprendi muitos e importantes princípios.

Desaprendi, ao aprender em não confiar …
Desaprendi, ao aprender que devo pensar duas vezes antes de presentear alguém…
Desaprendi, ao aprender que palavras como sempre e nunca não devem ser usadas…
Desaprendi, ao aprender o enorme erro que é entregarmo-nos a alguém…
Desaprendi, ao aprender que alguns amigos, nunca o foram…
Desaprendi, ao aprender que, (salvo honrosas excepções), não importa quão bem tratemos as pessoas, sempre haverá um momento em que nos viram as costas…
Desaprendi, ao aprender que existem pessoas realmente más, capazes dos mais hediondos feitos para conseguir o que (não querendo) querem…
Desaprendi, ao aprender que há feridas que deixam cicatrizes indeléveis…
Desaprendi, ao aprender um novo sentimento…
..............
..............
E depois de tanto desaprender... Aprendi a gostar-me mais!

Por ter confiado!
Por ter dado pelo prazer de dar!
Por ter dito sempre e nunca!
Porque me entreguei!
Por ter sido amiga!
Por ter tratado bem!
Por não virar as costas!
Por não ter sido má!
Por não ter ferido!
Por ter Amado!

Vai-te 2008, despeço-me sem saudade!

P’ró ano Quero-me de Volta!!

domingo, 28 de dezembro de 2008

Ser...


Eu… Apenas Eu…
Bastar-me…
Depois… Voar p’ra Ti!


(Haverá melhor forma de me dar por inteiro?)

Remember...?



1.300 dias
31.200 horas
1.872.000 minutos
112.320.000 segundos

(…E foi assim que começou…)



terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Porque é preciso!


Antes que ontem se apague
Que hoje se esgote para sempre
Que seja amanhã por um dia…

Antes do virar das costas
Do avesso do querer
Do arremesso da mágoa…

Antes da dormência nos dedos
Da falência do peito
Do esvaziar da Alma…

Antes do começo de nada…
Depois do fim de tudo…
Abraço-me...

E resgata-se o desejo de viver!

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Sem rede...


Bastaria um abrir de mão e deixá-lo-ia voar...
Mas é aqui, do lado esquerdo do peito que o preciso. Aqui, onde me aquece o corpo e me mantém a vida. Aqui!
Sossega coração… Não queiras voar tão alto…
Não vão as asas quebrar-se e despedaçares-te no chão…

Se eu fosse Deus, teria posto, ouvidos no coração!

Nascente...


Um fio de água tímido, nasce-me na Alma e agiganta-se em riacho no vale do meu peito.
Deixo-me ir… ao “sabor” ondulante da corrente, viajo sem destino. Vou onde o meu riacho me levar…
Aquietar-me-ei no rio, no Mar, ou simplesmente numa das margens de mim…
Pouco importa p’ra onde vou… Há “coisas” que não são como terminam, são como começam…
O importante é saber que todo o riacho tem uma nascente…
E o meu… Nasce no melhor sítio de mim…

Na Alma!


domingo, 21 de dezembro de 2008

Tributo...


...A Ti...

Pelo arrepio que me deixas na pele...

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

...


Toca-me…
Faz-te melodia em mim…
Escuta-te!
(és capaz?)

Essência...


No princípio de mim, eu era terra. Grãos soltos de terra. O céu chorou e fui argila. Em bruto, disforme.
Dei por mim, rodando entre as mãos de um oleiro. Ganhei forma.
No meio de mim, eu era o vaso cor de barro, que alberga a terra e a flor. Ganhei essência.
No percurso de mim, muitas foram as mãos que me moldaram… Mãos de amigos, mãos de amores… Umas tornaram-me escultura, outras devolveram-me à terra. Umas avivaram-me a cor, outras pintaram-me de negro.
Afinal, somos assim… Moldados por todas as mãos que nos tocam a alma.
Neste trajecto de vida, assumi formas diferentes mas fui fiel à essência… Albergo a terra e a flor.
Mudei quem souNão mudei o que sou!!

Somos só um...


Passeias-me os dedos no corpo, e uma febre súbita me arrepia a pele. Rendo-me à delícia do teu toque, e cativa de ti me abandono. Já não sou mais minha. Por todo aquele tempo de toques e abraços, deixo de me pertencer, e entrego-te nas mãos a minha vida.
Somos um, sendo dois!
Os corações sintonizam-se, batem no mesmo compasso, acelerado… sedento… Mistura-se o suor dos corpos, e emana no ar um odor único… irrepetível… Só nosso…
Somos um, sendo dois!
O calor da tua voz no meu ouvido, os sussurros de desejo, o entrelaçar de mãos, o estremecer do corpo, os gritos de paixão, o atordoar do desejo que despertaremos de novo, o choro da paz… O enlace das Almas...
Somos um, sendo dois!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Agarra-te!


Submergiste num mar de enganos, julgando mergulhar em águas claras.
E agora, só te sobram as mãos…

Agarra-te!!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Vento...



Vento gelado, cortante, feito de gumes de faca e de feridas no corpo. Sopro as mãos e não aquecem… Bolsos?! Não tenho! Romperam-se e esvaziei-me por eles, em ínfimas partículas derramadas pelo chão.


Já o sangue perdeu a cor e o interior se não veste de vermelho
Fiquei assim… vazia de mim… da cor do vento…

Pobres de Espírito!


São tão fáceis as palavras…
Há quem as diga sem sentido e quem as diga sem sentir, e há até quem faça as duas coisas. E de entre estes há ainda os que têm preferência em “usar” palavras “doces” e os que preferem “usar” palavras que “doem”, mas sempre com o intuito de enganar o “parceiro”, que quando se apercebe que está a ser trapaceado, está quase morto pelo colesterol elevado ou de tal maneira fragilizado que facilmente sucumbe.
Last but not least, temos aqueles do tipo, “faz o que eu digo mas não faças o que eu faço”. Esses são os politicamente correctos, donos de uma correctíssima teoria mas de um desprezível comportamento, e, na minha perspectiva os piores e mais perigosos de todos, já que em dez palavras que proferem, nove e meia são “cenário”.
Eu até pediria a estes espécimes não raros (de onde, obviamente se excluem os que escutam) um pouco mais de respeito com as palavras… Mas tenho consciência que de nada adiantaria…

Pois se nem a eles próprios se respeitam...

Pobres criaturas!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

?


Serão as lágrimas azuis...?
Ou é o Mar o que vejo?

domingo, 14 de dezembro de 2008

Sede


Sou flor que ninguém rega...
Quero embriagar-me de chuva!

Voo



Não sou pássaro nem borboleta... tenho o peso do meu corpo a proibir-me o voo…
Vou ficar aqui, acalentando o sonho de ser leve e partir para onde o vento me chamar…
Hoje, (ainda) não consegui voar.

Talvez amanhã…

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Untitled


Cresce-me um nó na garganta
Sussurra-me a chuva nos olhos
Congela-se-me o sorriso
Estou entre aqui e lugar nenhum
Sou eu no meio de mim
Sou meia eu
Sou…

Vi-te...


…No esplendor da lua
E ao ver-te… fiz-me noite,
P’ra que habitasses em mim…

...E a transbordar de ti…
Adormeci!

Por vezes...


Toda a vida acontece num abraço!

Lá longe...


…Onde o sol brilha mais forte
E a imensidão se perde,
Deposito o pensamento
Penso-te… Penso-me…
E ao pensar-nos…
Existimos!

Imaginário...


Partir…
Do exterior de mim

Levantar Voo, planar
Sobrevoar o azul
Aquecer-me ao sol

Chegar…
Ao avesso de mim

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

!...?


Negros dias,
Brancas noites,

E tanta cor por descobrir…

...Eternamente...


Quisera eu agarrar o tempo
Em que estiveste comigo...

Caminhar...


Viro a página, não a rasgo...
Porque em todas as páginas viradas
Está gravada a História de um passado
Que me foi querido
E me vai ensinando agora
O melhor caminho para depois

Isto sim, é caminhar!!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Aqui!


Por dentro das palavras,
De Alma nua, e Peito oco
Ecoa o som de Te querer...

AQUI!

Tens...



Tanto de (A)mar em teus olhos
Que eu... de tanto os pensar...

Tornei-me em espuma.

Tempo...


No deserto do eterno
Peguei um punhado de areia
Inconsistente...
Fugaz...

E baptizei-o de Tempo!

Vermelho...



É vermelho o meu sentir
Feito de seiva e paixão
Cravado a fogo na pele

Como se o sangue me estivesse por fora...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Saudosa inocência...












Coube-me a vida nas mãos
E o mundo foi todo meu
Mas o tempo, o vil tempo
Cerrou-me as mãos...
Roubou-me o mundo...
Deixou-me aqui...
Num espaço...
Sem espaço p'ra sonhar!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

(De)gelo


E quando o Sol acordar...

Fará do meu peito um Rio.

Eco


Grita o silêncio, ecoando no vazio

Palavras... Que só a Alma reconhece

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Mar

Mar Teu...

Mar Meu...

Mar Morto...

Talvez...


...As palavras não doam...
E a dor...
Seja apenas três letras.

Talvez...

(In)finito...


Dói-me o (in)finito que não foi

Porque o fim chegou primeiro...

Hummm...


:)

À noite...


Converte-se o ouro em prata
Paro o grito na garganta
Calo o coração no peito
Faço do silêncio amante...

P'ra que durmam as estrelas!

Flor de Outono


Era um Domingo de Outono como tantos outros. Dia de meias de lã e aconchego no sofá. Sentada sobre as pernas lia um livro sem conseguir percebê-lo… Avançava duas linhas na leitura, para logo de seguida retroceder quatro, na tentativa de não perder o "fio à meada”… Mas não ficava nada, tinha a cabeça a mil... Pousou a leitura e tacteou na mesinha em busca dos cigarros. Acendeu um, sorvendo uma longa e profunda fumaça. Com os olhos perdidos nas espirais de fumo, que desenhavam no ar engraçadas figuras, deixou-se ficar…
Pelo pensamento passeavam-se memórias que se misturavam com desejos, de tal maneira que lhe era difícil perceber a ténue linha que os separava… Quanto de si eram memórias?? Quanto de si eram desejos??.
Foi despertada pelo som do telemóvel que tocava “If I ain’t got you”. Deixou tocar mais um pouco… Gostava daquela música, sempre tinha gostado!
Olhou para o visor e apressou-se a atender…
Preciso-te… ouviu do outro lado.
“Abandonou” o sofá, tirou as meias de lã, agasalhou-se bem e saiu num ápice.
Pôs de lado as memórias e os desejos, deixou-os ali, deitados no sofá… Retomá-los-ia quando voltasse… Ou talvez não…
Agora era tempo de vida real!
Tempo de se sentir viva!
Tempo de descobrir uma flor no Outono!