segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Em coma...


Um silêncio que não pedi paira no ar. Já não se ouve a melodia das vozes nem o buliço das máquinas. Assisto, também eu silenciosa, ao coma do que quase foi a minha casa.
Não quero que morra, mas não sou eu quem pode salvá-la… E se morrer, e quando morrer, procurem nos escombros e tentem salvar as gotas de suor, os risos, a alegria e a esperança que lá deixei…

Devolvam-me tudo, para que eu sinta que afinal…

Não foi em vão!

5 comentários:

eudesaltosaltos disse...

comovente. tocante. gostei. sinceramente. e a imagem muito bem escolhida. bj

Pedro Branco disse...

Venho aqui para algo que não me é nada habitual: comentar com um post (normalmente é ao contrário...)e repetir um comentário em vários blogs, mas hoje justifica-se. Obrigado por tudo.

"Regresso-me no calor dessa escuridão que me revela todo o brilho da memória. Verto um rio de saudade só porque sou fonte de mim. No ritual doce e sangrento das mãos que se procuram. No abraço seguro dos olhares cúmplices. Estrela d' Alva pode ser, sim. Entre o adormecer dos sonhos e a madrugada das marés. Assim, no teu ir-e-vir eterno!
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Teve de ser..."

Teresa Durães disse...

por vezes à que deixar partir

Anónimo disse...

Não foi mesmo em vão...Nada é em vão. Tudo faz sentido e tudo tem o seu significado nesta vida.
Esta casa de que fala, que foi sua, que foi minha e que, acima de tudo, é nossa, até pode estar em coma, moribunda, nos cuidados intensivos; mas com ela, também nós estamos.
Mas diz-se, e é verdade, que mesmo em coma, não deixamos de ouvir. A audição é a última coisa que perdemos.
Assim sendo, esta casa que faz parte de nós, que nos é intrínseca, como um ser que amamos, ainda nos ouve. E sabe que por ela vestimos a camisola, vestimos a roupa interior e vestimos as nossas almas, com toda a nossa vaidade.
Nela, rimos, chorámos, revoltámo-nos, confiámos novamente...enfim, nela sempre acreditámos e demos tudo por tudo. Tudo o que sabíamos, tudo o que estava ao nosso alcance, e por vezes, mais ainda, sob pena de arriscarmos demais.
Mas valeu a pena! Não foi em vão!
E como os que estão em coma, por vezes têm uma segunda oportunidade. Quem sabe, esta também terá!?
E se assim for, se assim estiver escrito, se esse for o desígnio Divino, então que se erga com todas as suas forças, que lute pela vida. E depois, como muitos, terá que reaprender a falar, a caminhar, a ler, a escrever...
E então, o silêncio poderá ser quebrado pelo ruído que sempre houve.
Se tal não acontecer, e lamentando profundamente, como quem lamenta a perda de alguém muito querido, teremos que aceitar.
E como seres humanos que somos, lúcidos e conscientes, guardaremos no nosso cofre, com ternura e saudade, os tais risos, alegrias e momentos que fazem parte de nós, que nos moldaram e nos fizeram crescer, e que estão espelhados nos nossos rostos. Serão marcas profundas, como tatuagens que não mais serão apagadas.
E agradecemos por isso!

NÃO FOI EM VÃO! ISSO NÃO!

Um beijo com ternura

Anónimo disse...

"Casa"


Sozinha dentro de ti...
Estou em stand by
Não sei mais sorrir...Não sei mais chorar.
Roubaram-me o encanto da vida que eu tinha
Acabam-se os sonhos,
acaba a história sem final feliz.
O passado foi bom...Recordo.
O presente só traz mágoas, desencanto, destruição
Perda total.
O que vai acontecer?
Teremos que reconstruir tudo o que desmoronou.
Teremos força para continuar?
Estamos em stand by