terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Talvez...


...As palavras não doam...
E a dor...
Seja apenas três letras.

Talvez...

3 comentários:

Anónimo disse...

Talvez...

Beijo Meu

Anónimo disse...

Dor
esta dor que m’atravessa a alma
bico de faca
naifa em gume aberto
que me habita
que mora a fim de ser
gota
de sangue
de suor lágrima e vaga
que vai e volta
e me trespassa
agora.

de que matéria
te fizeste flor se foste semente na hipófise de mim?

doei-me
as membranas -películas finas -,
e as guelras destronadas
num respirar vazio

as asas colam-se
num voo de águia
ao desassossego de ti, tumulto e acervo
… que sinto. sinto-to, sim…

desregula-se-me o hipotálamo,
o sono, o metabolismo da água, a temperatura corporal
… perplexo-me, aflijo-me e, estrénua,
tomo em meu corpo as tuas dores
profundas d’astro orbicular a decair num beijo terno,
extremo, na saliva de minha boca….

(re)construo-te
implícita
no reconhecimento ritualizado
de nós, nativos,
esconsos em paliçadas de taipa,

… há no meu corpo
um exército de formigas laboriosas
que combate a inépcia de tua ausência.

… colhem da folha tenra
a semente
a centelha duma secreta luminescên

Anónimo disse...

Há mesmo palavras que fazem doer...uma dor física...por vezes tão imerecida...mas que o tempo leva, deixando apenas, e para nosso bem, um arranhão, não uma cicatriz.