quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Roleta Russa... (tiro 1)

Foto: Google

Ela permanecia imóvel, estática, literalmente pregada à cadeira... Sentira uma dor dilacerante que lhe paralisara os músculos e a queimara por dentro. Pensou ter morrido e cerrou os olhos com a força de quem não quer ver...

Tinha medo de saber que lugar vinha a seguir... Talvez a espiral luminosa do céu, ou o calor diabólico do inferno... (Não acreditava no purgatório).

Continuou ali, durante segundos... minutos... horas... Não sabia! Naquele pedaço de tempo, o tempo deixara de existir. Foi perdendo a força com que cerrava os olhos e estes estavam agora, apenas fechados... Mas nada... Nem o brilho de uma luz, nem o calor de uma chama... Nada, absolutamente nada! (Como se nada fosse pouco...).

Subitamente, o despertar dos sentidos... acordados por um rio que lhe banhava o rosto. Sabia que os mortos não choram e percebeu que sobrevivera...

Tinha sido disparado o primeiro tiro... no jogo da Roleta Russa.
(Agosto 2007)



1 comentário:

Anónimo disse...

È estranho acordar um dia e perceber
Que foi tudo em vão
Que na verdade os amores não eram amores
Que as paixões não passavam de uma semana
E que foi preciso adormecer do mundo
Pra se sentir um pouco feliz

É realmente estranho

Perceber que a felicidade estava ali o tempo todo
E eu não tive a mínima coragem de tomá-la pela mão
E que cada dia da minha vida vou lembrar disso
Batendo em espelhos, mandando os outros calarem a boca
E nada vai mudar...

Enquanto se tem medo.
Beijo
Anocas