sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Devagarinho...


Vou andar na ponta dos pés...

...Para não acordar o passado(!)

Ser vs Estar


Quando se trata de descrever as pessoas pelo extrínseco, diremos que são altas ou baixas, gordas ou magras, louras ou morenas...

Já em se tratando do intrínseco, deveríamos substituir o verbo (intransitivo) ser pelo verbo (transitivo) estar.

Ninguém é sempre bom ou mau, alegre ou triste, correcto ou incorrecto... Pobres dos que permanecerem estáticos, fiéis a apenas um lado "da moeda", pois estarão sempre na condição de vítima, de carrasco ou de coisa nenhuma...

Intrinsecamente, as pessoas estão boas ou más, alegres ou tristes, correctas ou incorrectas... Sendo no entanto verdade, que tendencialmente estarão mais desta ou daquela maneira...

Só a título póstumo, depois de uma análise comportamental, se pode definir alguém como tendo sido.


Digo eu...

Que sou (perdão) estou, observadora!

Halloween... (a day or a life??)



... Verdade ou consequência?...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Meninices...


Quero...

Brincar de escorrega, na lista azul do arco íris...


Reflexos...


Hoje resolvi falar-lhe... Faz tempo que me olha e que me imita os gestos, sem me dirigir a palavra.

Sentei-me na sua frente, fixando-lhe os olhos. Falei e ele ouviu, sem nada dizer... Percebi que me entendia quando pousou em mim um olhar coberto de esperança...

Pedi-lhe que me "endireitasse" os ombros e me fizesse sorrir. Prometeu-mo em silencio...

Sei que vai cumprir...

Afinal, os espelhos nunca mentem!!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Roleta Russa... (tiro 2)

Foto: Google

Ela continuava sobrevivendo... lutando contra a vastidão do nada em que se encontrava.

Havia perdido definitivamente a leveza!! Uma leveza que a dúvida já açoitara e à qual imprimira indeléveis cicatrizes... Aquela leveza em que havia flutuado e que lhe tinha mostrado o caminho do céu (do lado de cá do céu...). Sentia-se agora pesada, como se nos seus ombros pousassem invisíveis e monstruosas criaturas.

Pensou pôr, na secção de perdidos de um qualquer jornal, um anúncio dizendo: "Perdeu-se... o sorriso dos lábios e o brilho dos olhos, pede-se a quem souber do seu paradeiro..." , mas deteve-se no pensamento. Sabia exactamente onde os tinha perdido, e havia que resgatá-los, não porque fossem belos... mas porque precisava deles!!

Fez uma viagem ao centro de si, mergulhou nos sentimentos, prescrutou cada canto do que lhe sobrava, e encontrou... encontrou a porta em cujo centro se lia (em letras bem delineadas sobre uma placa de ouro) a seguinte inscrição: "Porta para a Esperança".

Entrou, muniu-se de toda a fé que conseguiu agarrar com as suas mãos feridas, pousou-a no coração, e voltou a sair de si.

Foi amiga... dedicada... paciente... e esperou... Sabia que as sementes de fé resultariam numa árvore de esperança!

Voltou a acreditar... E acreditar era o primeiro passo!! Repôs o sorriso nos lábios e o brilho nos olhos. Descobriu a ponta do novelo da leveza e tentou trazê-lo até si...

Foi amiga, foi amante, riu, brincou, beijou, abraçou o mundo... A vida voltara a ser mãe... tinha valido a pena!!!

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Meu Deus... porque lhe era tão familiar aquela sensação??
De novo a paralisia dos músculos, a queimadura por dentro...
De novo a espiral de luz, o calor das chamas...
De novo um tempo sem tempo, um rio no rosto...
De novo o despertar... dos que sobrevivem!!

Tinha sido disparado o segundo tiro... no jogo da Roleta Russa.
(Setembro 2007/Fevereiro 2008)

Roleta Russa... (tiro 1)

Foto: Google

Ela permanecia imóvel, estática, literalmente pregada à cadeira... Sentira uma dor dilacerante que lhe paralisara os músculos e a queimara por dentro. Pensou ter morrido e cerrou os olhos com a força de quem não quer ver...

Tinha medo de saber que lugar vinha a seguir... Talvez a espiral luminosa do céu, ou o calor diabólico do inferno... (Não acreditava no purgatório).

Continuou ali, durante segundos... minutos... horas... Não sabia! Naquele pedaço de tempo, o tempo deixara de existir. Foi perdendo a força com que cerrava os olhos e estes estavam agora, apenas fechados... Mas nada... Nem o brilho de uma luz, nem o calor de uma chama... Nada, absolutamente nada! (Como se nada fosse pouco...).

Subitamente, o despertar dos sentidos... acordados por um rio que lhe banhava o rosto. Sabia que os mortos não choram e percebeu que sobrevivera...

Tinha sido disparado o primeiro tiro... no jogo da Roleta Russa.
(Agosto 2007)